Vivemos em uma grande era da genética molecular, onde a capacidade de controlar a expressão gênica está mudando a forma como entendemos as doenças. As pesquisas têm mostrado perspectivas promissoras para abordagens clínicas de Transtornos e Doenças que até recentemente era consideradas “praticamente incuráveis”, particularmente processos relacionados à saúde cerebral e suas correspondências como síndromes metabólicas (Diabetes II e Obesidade), fadiga física e mental, ansiedade e estresse permanentes, depressão e bipolaridade em adultos e crianças, bruxismo do sono, doenças autoimunes e neurodegenerativas.

As novas janelas para abordagem clínica destas chamadas doenças modernas utilizam fundamentos essenciais da curva saúde - doença: a arquitetura do sono, o sistema respiratório, o processamento bioquímico, os padrões circadianos, entre outros fatores.

A partir dos anos 1980 tornou-se claro que alguns distúrbios do sono têm importantes conexões de diagnóstico e, por consequência, conexões de tratamento com a odontologia. Daí o surgimento da disciplina "Medicina Odontológica do Sono, também chamada de Medicina Odontológica das Vias Aéreas".

Por definição, portanto, a Medicina Odontológica do Sono é a especialidade que se dedica ao estudo das desordens maxilofaciais, suas consequências nas vias respiratórias, principalmente durante o sono e, finalmente, as correlações destas condições com diversas doenças físicas e mentais modernas.

Agosto de 2021 foi um ponto de uma marcante virada na política de saúde do Reino Unido. Neste período foram estabelecidas as novas diretrizes do NICE (www.NICE.org.uk) reconhecendo o fundamental papel dos dentistas no diagnóstico e tratamento de pacientes com distúrbios respiratórios do sono. De imediato, a Academia Britânica de Medicina Dentária do Sono (BADSM) introduziu formação e treinamentos para qualificar os dentistas interessados neste novo campo das ciências da saúde. 
https://www.nature.com/articles/s41415-022-4944-9

Esta medida inseriu o Reino Unido nos mesmos padrões da Suécia, Holanda, Bélgica e outros, onde os sistemas nacionais e saúde já adotavam abordagens nesta direção, suportados nas melhores evidências clínicas disponíveis.

Na medida em que foi estabelecido que os distúrbios respiratórios do sono podem ter consequências graves para a saúde geral e bem-estar do indivíduo, é imperativo que as entidades de ensino incluam com a maior brevidade mais atenção para a Medicina do Sono nos currículos odontológicos em todo o mundo, bem como uma melhor formação pós-graduada de dentistas interessados em se especializar neste intrigante domínio.

Finalmente, vale considerar que o domínio dos diversos temas oferece a necessária qualificação dos participantes para trabalhar em mútua colaboração com os diversos segmentos das biociências, como Medicina, Odontologia, Fisioterapia, Nutrologia, Psicologia, entre ouras áreas.

Não perca a chance de se aprofundar em uma nova abordagem na área da saúde!